O jornal Kodak, quinzenário editado por João José Correia, anunciava, na edição de 27 de Novembro de 1921, a inauguração do cinematógrafo no elegante "Diogo Bernardes". Para o articulista seria imperdoável não se referir "a esta bela inovação introduzida no nosso meio por iniciativa, bôa-vontade e desejo de Avanço, que animam alguns filhos desta terra, excepcionalmente linda como profundamente esquecida, que a tudo tem jus e que de tudo até agora, tem carecido". Por sua vez, o jornal Cardeal Saraiva, na edição do mesmo dia, dava nota da afluência do público às sessões que projectavam "as ultimas creações cinematographicas das melhores casas americanas e europeias" (Cf. Cardeal Saraiva, 17 de Novembro de 1921). Às sessões nocturnas, em Dezembro, foi acrescentada uma matinée, pelas 14.30 horas. Mas se as fitas "não desagradaram pelo entrecho e interpretação, não satisfizeram pela sua exibição", pelo que se aconselhava a manutenção "á frente do aparelho [de uma] pessoa competente" (Cardeal Saraiva, 1 de Dezembro de 1921).
Ilustramos esta pequena nota sobre os alvores da exibição de cinema no Teatro Diogo Bernardes, com uma fotografia do edifício, anterior aos arranjos que lhe deram a configuração actual.
[Foto: Teatro Diogo Bernardes (1990), Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa, amavelmente enviada por Carlos Gomes]
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