A 21 de Setembro de 1924, o jornal Cardeal Saraiva anunciava a exibição do filme “O Primo Basílio”, que julgamos tratar-se da versão cinematográfica, realizada por Georges Pallu, em 1922, do romance de Eça de Queirós (1845-1900). Se assim foi, na tela branca terá surgido Amélia Rey Colaço, no papel de Luísa. Recorde-se que “O Primo Basílio”, escrito na Inglaterra e editado em 1878, retrata uma típica família da média burguesia lisboeta. Ainda, no mesmo mês, é anunciada a intenção de adquirir um piano. A edição de 19 de Outubro registava o facto de a “ultima sessão” já ter “orquestra e as seguintes também a terão até chegar o piano”. Entretanto, divulgava-se a exibição, para 9 de Novembro, de “Os Fidalgos da Casa Mourisca”, cremos de Georges Pallu (1920). Com base no romance homónimo de Júlio Dinis, o filme inclui exteriores gravados em Lanhelas (Cf. http://www.amordeperdicao.pt/). Nos finais de Novembro, projectou-se sobre a tela mais um filme de Charlie Chaplin, desta feita “Charlot nas trincheiras”.
[Fontes: jornal Cardeal Saraiva, números referidos no corpo do texto; sítio www.amordeperdicao.pt. A primeira foto refere-se ao filme "O Primo Basilio", a segunda é um fotograma de "Os Fidalgos da Casa Mourisca" e a última uma imagem de "Charlot, o soldado" (1918)]
1 comentário:
Saber quais fora as peças de teatro levadas à cena no Teatro Diogo Bernardes e os artistas que pisaram o seu palco ao longo da sua existência, bem assim as fitas cinematográficas projectadas e outros espectáculos de índole cultural que ali tiveram lugar, parece-me ser um tema de grande interesse, nomeadamente para aferir a dinâmica cultural do concelho de Ponte de Lima nas diferentes épocas. O aprofundamento deste tema, devidamente ilustrado, justificaria mesmo a publicação de uma monografia sobre o assunto, com a devida qualidade gráfica. Creio que seria um projecto editorial interessante que, a meu ver, o blog do Anunciador das Feiras Novas veio despertar!
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