terça-feira, julho 31, 2007

Norton de Matos (1867-2007)

Monumento a Norton de Matos, Nova Lisboa/Huambo, Angola.

domingo, julho 29, 2007

Ainda Norton de Matos...



1. Está disponível on-line (em http://www.vitoriagol.org/index.php?oid=22) a edição antológica que reúne a reprodução do artigo de Fernando Pessoa, publicado no «Diário de Lisboa» de 4 de Fevereiro de 1935 (n.º 4388) e a exposição de Norton de Matos dirigida ao Presidente da Assembleia Nacional em 31 de Janeiro de 1935. Sobre a decisão de proibir os cidadãos portugueses de fazerem parte de associações secretas e as medidas adoptadas pela Maçonaria, em 1935, veja-se http://www.gremiolusitano.eu/?page_id=43.

2. Aceite a sugestão de Carlos Gomes, em comentário a post anterior; visite http://arepublicano.blogspot.com/, que tem vindo a publicar notas sobre a vida de Norton de Matos.

sexta-feira, julho 27, 2007

A propósito do 140º aniversário sobre o nascimento de Norton de Matos

[Reprodução da nota de 50 centavos com a assinatura do Alto Comissário de Angola, Norton de Matos (1923), extraída de http://aes.iupui.edu/rwise/countries/angola.html]

quinta-feira, julho 26, 2007

Norton de Matos_1867-1955

1867.03.23 Nasce em Ponte de Lima.
[1884-88] Cursa o Bacharelato em Matemática na Universidade de Coimbra.
[1890] Conclui Curso de Oficial do Estado Maior na Escola do Exército.
[1898-1908] Exerce diversas funções, na Índia, nomeadamente de director dos Serviços de Agrimensura, director de Obras Públicas e Chefe do Estado Maior.
[1910] Envolve-se na missão diplomática que defende Macau perante a China.
1912.06.17 Toma posse do cargo de governador de Angola.
1912.08.01 Publicação de portaria que concede um automóvel aos governadores de distrito em cujo território construíssem 300 Km de estradas. [Durante os seus governos construíram-se 23.000 Km de estradas.]
[1912.09] Inaugurada a cidade de Huambo (Nova Lisboa).
[1914] Cria o distrito de Cuanza Norte.
1914.03.27 Publicação de portaria que estabelece a doutrina de extensão da assistência médica às populações indígenas.
[1915] Regressa à metrópole após a demissão do cargo de governador de Angola pelo Governo de Pimenta de Castro.
[1915.05] Assume pasta das Colónias.
[1916] Assume a pasta da Guerra. Prepara, em Tancos, o contingente militar que participará na Primeira Guerra Mundial (Corpo Expedicionário Português).
[1917] Afastado do poder por Sidónio Pais (Dezembro), exila-se em Londres.
[1919] Promovido a General, por distinção, pelo Parlamento da República. Nomeado delegado português à Conferência de Paz (Paris).
[1921] Nomeado Alto-Comissário de Angola.
1921.04.16 Chega a Luanda a bordo do navio Moçambique, acompanhado de Nóbrega Quintal, que escolhera para governador do Cuanza Sul.
[1922] Realiza, em Luanda, o I Congresso de Medicina Tropical.
[1923] Cria o Banco de Angola.
[1924] Nomeado embaixador em Londres (exercerá até 28 de Maio de 1926).
[1927] Publica A Província de Angola.
[1927-1929] Preso e deportado para Ponta Delgada.
[1929] Eleito grão-mestre do Grande Oriente Lusitano Unido.
[1930] Publica La Formation de La Nation Portugaise envisagée au point de vue colonial.
[1931] Ajuda a fundar a Aliança Republicano-Socialista.
[1933] Passa à reserva no Exército.
[1934] Publica Acção Civilizadora do Exército Português no Ultramar e Topografia e Geologia do Concelho das Ilhas de Goa.
[1935] Demitido compulsivamente do ensino universitário.
[1937] Publica Fotogrametria.
[1938] Publica Regimento que El-Rei D. Manuel deu a Simão da Silva quando o mandou a Manicongo.
[1939] Publica Tarefa Ingente.
[1943] Torna-se presidente do Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF).
[1944] Publica Memória e Trabalhos de Minha Vida [auto-biografia].
[1947] Publica Duas Cartas Célebres.
[1948] Candidata-se à Presidência da República, congregando um amplo conjunto de apoios, nomeadamente do Partido Republicano Português (PRP), Maçonaria, Partido Socialista Português (SPIO), União Socialista (US), Partido Comunista Português (PCP), Confederação Geral do Trabalho (CGT), MUNAF, Movimento de Unidade Democrática (MUD), Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUDJ) intelectuais e independentes. Publica Os dois Primeiros Meses da Minha Candidatura à Presidência da República.
9.07.1848 Manifesto de Norton de Matos «À Nação», impresso em Lisboa. Veja-se http://www.arqnet.pt/portal/discursos/julho05.html. Trata-se de uma circular «À Nação» (folheto de uma folha, impresso dos dois lados, de duas colunas em cada página, de 34 x 22,5 cm, datado e situado em Lisboa, em Julho de 1948); cujo texto integral pode ser lido em João Medina (dir.), História Contemporânea de Portugal, s.l., Multilar, [1988], vol. 5.
[1949] Publica Mais Quatro Meses da Minha Candidatura à Presidência da República. Sobre a candidatura há uma interessante acervo de fotografia no Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares. Ao pesquisar "Norton de Matos" pode visualizar um conjunto de fotografias, a maior parte de 1949. Ver http://www.fmsoares.pt/arquivo_biblioteca/fotografias/0_pesquisa_geral.asp.
[1953] Publica África Nossa e A Nação Unida.
1955.01.03 Morre na sua terra natal.

quinta-feira, julho 19, 2007

Revista "Jardins" publica reportagem sobre Festival de Jardins de Ponte de Lima





A edição de Julho de 1007 (nº 58) da revista "Jardins", dedica algumas páginas ao terceiro Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima. Trata-se de um artigo da autoria de Elsa Matos Severino, arquitecta paisagista. Uma referência sucinta e descritiva de todos os jardins em concurso é acompanhada por fotografias de Francisco Caldeira Cabral, paisagista. A capa da revista destaca o jardim "Sonho Meu, Sonho Meu", concebido por Miguel Peixoto/Filipe Mota, o mais votado na edição transacta do Festival.

sexta-feira, julho 13, 2007

Do ready-made de Duchamp ao jardim “O homem que plantava árvores”

Na visita que realizamos ao 3º Festival Internacional de Jardins, a observação do trabalho intitulado “O homem que plantava árvores”, dos arquitectos Ana Rita Morais e Paulo Tavares Pereira, permitiu-nos realizar um percurso visual que, situando-se além da leitura – fundada na literatura – a que somos remetidos pelos autores (veja-se o catálogo), parece-nos evidente e marcante.
O objecto central desse percurso é um poste de madeira cravado de garrafas de plástico, idênticas àquelas que se encontram no solo transformadas em “vasos” para novas plantas. Se no piso temos as garrafas de plástico a acondicionar as novas árvores, no poste temos uma “árvore” construída a partir daquele material reciclável. Esta construção remete-nos visualmente para o trabalho de Joana Vasconcelos (nasc. 1971), “Néctar” (2006), exposto na entrada do recém inaugurado Museu Berardo (http://www.berardocollection.com/), no Centro Cultural de Belém. Trata-se, segundo as palavras da artista, da versão feminista do conhecido «ready-made» de Marcel Duchamp, “O Escorredor” ou “Secador de Garrafas”.
Marcel Duchamp, em 1914, adquirira numa loja de Paris, um escorredor de ferro galvanizado para garrafas, produto industrial, que expôs como escultura, atribuindo a este objecto (e a outros similares) a designação de “ready-made”. Conceptualmente, o escorredor de garrafas só passou a ser um “ready-made” a partir de 1916. O mesmo fizera com uma roda de bicicleta, com uma pá para neve ou, mais tarde, com um urinol. O “ready-made” assenta no exercício de retirar os objectos da sua função utilitária corrente e, uma vez assinados e datados, expô-los como obras de arte. Este exercício de selecção, descontextualização e de atribuição de nova função suscitou o questionamento do conceito e do papel da arte, abrindo portas à afirmação de uma nova estética ou mesmo à negação da arte. Para os dadaístas, grupo em que se integra Duchamp, o que determina o valor estético de um objecto é o acto mental.
Desconhecendo se para os arquitectos autores do projecto estes referentes visuais e conceptuais tiveram qualquer papel na construção do seu jardim, parece-nos muito plausível notar a influência retiniana (e lúdica) do trabalho de Joana Vasconcelos, que se funda no valor da descontextualização e na apropriação dos objectos quotidianos, atribuindo-lhes novas funcionalidades, num modo próximo de Duchamp.
[Nas imagens (segundo a ordem de exposição): Aspecto da "árvore" de garrafas de plástico presente no jardim "O homem que plantava jardins", dos arquitectos Ana Rita morais e Paulo Tavares Pereira, 3º Festival Internacional de Jardins (2007), foto de jcml; "Néctar" de Joana Vasconcelos; "O Escorredor" de Marcel Duchamp (1914/1964)]

terça-feira, julho 03, 2007

António Lima Viana_arte naif em Ponte de Lima



Até ao próximo dia 8 de Julho, está patente uma exposição de pintura de António Lima Viana, um darquense autodidacta. Enquadrado no género que se vai convencionando designar por "naif", o trabalho pictórico de António Lima Viana constrói imagens com cores vibrantes, carregadas de associações, metáforas e evocações reveladoras de um espírito que voga entre a(s) memória(s) e o presente. A imagem recorrente do galo, elevada à condição de ícone, sintetiza esse espírito (cor, memória, metáfora). Plasmado em telas carregadas de pequenas imagens, em regime de pontilhado (particularmente, as expostas na entrada), este universo figurativo revela-nos um olhar muito pessoal sobre a realidade. O desafio está em entrar nesse mundo, decifrando cada imagem, num complexo jogo de associações cada vez menos "naif".

[reproduzimos a folha informativa com a nota curricular do autor, que se encontra ao dispor na sala de exposição. Não deixamos de notar uma disposição gráfica cada vez menos comum neste tipo de trabalhos, mas que se ajusta perfeitamente ao perfil do autor e do seu trabalho.]

segunda-feira, julho 02, 2007

Feira do Cavalo_2007

Enquanto meros espectadores e fruidores da Feira do Cavalo, consideramos que o certame tem virtudes e potencialidade para se tornar num importante evento desportivo, comercial e cultural. Creio que seria de repensar a área da Alameda de S. João, investindo na exposição de artigos locais e regionais (por ex., aí teriam lugar aqueles que representassem as tradições do artesanato local não estando relacionados directamente com o mundo do cavalo). Nessa mesma zona, os "comes e bebes" deveriam ter uma área distinta da exposição de artigos. O espaço é agradável e funcional. Há uma interesante articulação entre o construído e a envolvente. O discurso arquitectónico aposta no prolongamento da paisagem. O recurso a materiais nobres, quer na bancada quer nas construções de apoio, aproximou o mercado à área envolvente, de forma delicada. Aqui ficam algumas imagens para "memória futura".


faces da revista