Encerramos hoje a votação relativa à questão "O Cortejo Histórico das Feiras Novas foi...". Dos 15 participantes, 60% qualificaram o cortejo de fraco, 27% votaram no item satisfatório e 13% afirmaram que não viram. Estas sondagens são reconhecidamente falíveis e não têm (nem poderiam ter) propósitos de análise científica, contudo, são uma nota não negligenciável de participação e de opinião. Corro o risco de escrever algo, expondo algumas ideias.
O cortejo histórico falhou naquilo que é o seu âmago, o guião. Se o propósito era realizar um cortejo centrado no acto comemorativo dos 180 anos das Feiras Novas, esse facto, para além da presença simbólica da Associação dos Bombeiros Voluntários, não teve qualquer visibilidade. Deixo uma questão: não seria digno de circular nas ruas da vila os nomes dos cidadãos ("anónimos", como se costuma dizer) que fizeram as festas no passado, integrando comissões de festas (marcadas pelo amadorismo e "amor à terra")? Ou estaremos sempre agarrados aos "ilustres", às elites e esquecemos a realidade popular que define, em grande medida, a festa.
Não deixarei ainda de notar que não se compreende a exclusão de determinadas festas das freguesias do concelho; qual foi o critério para se evidenciar determinadas festas?
Sendo um cortejo histórico numa festa assente na realização de feira, não seria interessante orientar a apresentação dos quadros de acordo com as feiras do concelho? Depois do livro do Amândio de Sousa Vieira, sabemos que há muita história que não passa apenas pelos momentos fundadores. Um cortejo que fizesse a história da feira e da festa, integrando-a na história de vila e do concelho, ganharia outro dinamismo e os assistentes reconheceriam a sua memória, uma memória colectiva que tem lugar quer para os acontecimentos excepcionais quer para as rotinas e para a vida quotidiana.
Já agora, não seria interessante repensar os carros alegóricos? A sua composição remete para uma "história de conto de fadas" ou para a "carnavalização" da história.
Voltaremos ao assunto.
A partir de hoje pode participar numa nova votação, acedendo através do botão que se encontra no fundo desta página.
2 comentários:
Quem pretender consultar em Lisboa o primeiro número da primeira edição da revista "O Anunciador das Feiras Novas", informa-se que se encontra disponível na Hemeroteca Municipal de Lisboa.
Deixa-se aqui a ficha bibliográfica e o link respectivo na web.
http://catalogolx.cm-lisboa.pt/ipac20/ipac.jsp?aspect1=basic_search&aspect0=basic_search&index=.TW&term=anunciador+feiras+novas&I1.x=38&I1.y=14#focus
O anunciador das feiras novas
Assuntos
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• Organização Industrial e Comercial
NUMERAÇÃO: A. 1, n. 1-
PUBLICAÇÃO: [s.l. : s.n.] 1947- ( Ponte de Lima : Tip. Augusto de Sousa
DESCR. FÍSICA: 23 cm
PERIODICIDADE: Anual
Sumario Existencias
Hemeroteca Municipal
Local: Hemeroteca Municipal
Colecção: Periódicos Adulto
Cota: Rev. 2754 V
Tipo: Rev.
Principal: a partir de S. 2, a. 1, n. 1 (1984)
Complementando a informação, registo que as duas edições, da 1ª série, do Anunciador das Ferias Novas estão, também, disponíveis na Biblioteca Municipal do Porto.
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