ALTO MINHO
Não, não é esse lago entre rochedos...
Pessoa
Abelhas movem-se entre o rosmaninho e a rosa.
As laranjas estão à espera da apanha.
Os cunhais de granito perto da eira,
A inscrição da marca rúnica do pedreiro
Pedem clarificação pelo sol oculto.
(Mais tarde, este despontará ao longo do rio
Para mostrar até onde as águas da enchente chegaram
E mancharam com lama as folhas mais baixas das árvores
Da cor da pedra, uma franja pétrea reflectindo-se
Na calma logo abaixo delas...)
Aqui o pão e a realidade estão reconciliados
Pela excelência do milho, dos pedaços barrados.
Estamos a comer mel numa casa de granito.
[extraído de Monteiro, Manuel Hermínio (dir) - Rosa do Mundo. 2001 poemas para o futuro. Lisboa: Assírio & Alvim, 2001, pág. 1667 e 1668]
[para saber mais sobre Charles Tomlinson:
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