domingo, dezembro 28, 2008
... assim atamos e desatamos os dias
quinta-feira, dezembro 25, 2008
Natal
O Cristo é sempre novo, e na fraqueza deste menino
há um silencioso motor, uma confidência e um sino.
Nasce a cada Dezembro e nasce de mil jeitos.
Temos de pesquisá-lo até na gruta de nossos defeitos.
[...]
Excerto do poema "Vi nascer um Deus" de Carlos Drummond de Andrade .
terça-feira, dezembro 23, 2008
Natal
terça-feira, dezembro 16, 2008
Ponte de Lima na History of the Peninsular War, de Robert Southey
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Ponte de Lima na History of the War in the Peninsula and in the South of France, de William Francis Patrick Napier
Após a leitura da mensagem "A pensar em 2009", Carlos Gomes alertou-nos para uma outra efeméride que terá lugar no próximo ano: "passam precisamente 150 anos sobre a data de nascimento do poeta António Feijó", diz na sua mensagem. É justa a recordação desta figura da literatura e da diplomacia portuguesa, nascida em Ponte de Lima em 1859. Mais uma vez, interessa a comemoração como forma de tornar presente a acção, o pensamento e a escrita de António Feijó. Deixem que acentue o poeta: realize-se uma jornada de leitura de poesias, ditas por declamadores profissionais e anónimos, por crianças e jovens, com a presença de literatos e amantes da poesia. Não são necessários muitos recursos, basta encontrar os espaços apropriados e juntar as pessoas que nutrem prazer na leitura de poesia.segunda-feira, dezembro 08, 2008
A pensar em 2009
Perfilhamos que o segundo centenário da defesa de Ponte de Lima, que ocorrerá no ano que se avizinha, deva ser objecto de uma acção comemorativa. O acto comemorativo pode ter os mais diversos objectivos, configurações e concretizações. O autor citado alvitra levantar um padrão ou colocar uma lápide. Sendo uma proposta válida, prefiro pensar noutras formas de comemorar. Por exemplo, envolver, num conjunto de eventos formativos e culturais, as crianças e jovens de Ponte de Lima, estimulando o gosto pela história local, a reflexão sobre a Humanidade, a Guerra e as relações culturais (temas de extrema actualidade). Não se pretendendo apenas o culto dos heróis ou uma “festa à resistência”, mas uma reflexão sobre o mundo actual partindo da experiência passada. Sem maniqueísmos, mas procurando compreender as diferentes faces deste facto no contexto da realidade política, cultural e militar da época. Outra hipótese, que não anula a anterior: reunir, numa jornada, alguns estudiosos que se têm debruçado sobre as Invasões Francesas e promover a divulgação do conhecimento histórico produzido sobre este período. Outra ainda: recriar a resistência, aproveitando para, através do evento, recuperar a “memória histórica” e reescreve-la na “memória colectiva”.
Aqui ficam algumas sugestões que à semelhança do autor que nos inspirou, e fazendo uso da sua expressão, “vendemos ao desbarato”. Para terminar, um documento:

segunda-feira, novembro 17, 2008
Café, fumo e areal

Em 1913, o jornal Cardeal Saraiva publicava uma notícia insurgindo-se contra a torrefação de café em lugares públicos, na vila de Ponte de Lima. Era, segundo o articulista, abuso de alguns comerciantes que realizavam esse trabalho "á porta do seu estabelecimento, resultando isso grande incomodo aos moradores dos predios visinhos, porque num dado momento são esses predios invadidos por grossas nuvens de fumo". A solução para o problema é curiosa: faça-se essa tarefa no areal!(Cardeal Saraiva, 21.12.1913)
quarta-feira, outubro 22, 2008
segunda-feira, outubro 13, 2008

Tinhamos escrito, há um ano, aquando da primeira edição que a Festa das Colheitas/ArtColheitas, organizada na Gemieira, tinha "potencialidade para se tornar num evento marcante na agenda cultural do concelho". O programa do presente ano evidenciou esse crescimento augurado. Destacamos alguns aspectos positivos: a manutenção de um espaço expositivo decorado com elementos da terra, associados às colheitas, recorrendo a estruturas simples que acentuam a ruralidade; a presença, plenamente integrada no âmbito do evento, da "Agricultura Biológica", reveladora da vitalidade de um mundo rural que não se crer cristalizado nem (simplesmente) folclorizado; as preocupações de organização do trânsito e liEstão abertas, até ao dia 30 de Outubro as incrições, para a edição de 2009 do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, cujo tema é "Artes no Jardim". Se quiser saber mais sobre o concurso deste evento que anualmente cria doze jardins efémeros, aceda ao sítio http://www.festivaldejardins.cm-pontedelima.pt/.
domingo, setembro 28, 2008
"Samiguel" de Cabaços
domingo, setembro 21, 2008
Sem comentários...
quarta-feira, setembro 17, 2008
Feiras Novas 1908-2008
"O entusiasmo na vila com os preparativos para as atraentes festas á Virgem das Dores, manifesta-se desde ha dias, o que traz para os seus promotores tambem grande regosijo por verem que tudo corre ás mil maravilhas. Oxalá o tempo não apareça por ahi a fazer alguma pirraça..." [Echo do Lima, 17 de Setembro de 1908]
quarta-feira, setembro 10, 2008
Os Limianos na Grande Guerra: uma leitura.
Vem esta citação a propósito da leitura que fizemos do recente trabalho publicado por Luís Dantas, Os Limianos na Grande Guerra. Trata-se de uma edição de autor, que, primando por uma narrativa quase literária, nos remete para a história do primeiro conflito mundial, a guerra que todas as grandes nações europeias consideravam, à partida, que seria curta. A realidade, cruelmente, impôs uma duração longa; houve que refazer planos e o conflito ganhou contornos inauditos. A guerra de movimentos rapidamente deu lugar às trincheiras. Produziram-se mobilizações (de homens, recursos e economias) sem precedentes, apareceram novas armas e técnicas, entre as quais, a chamada “guerra psicológica” (entre outras iniciativas, a aviação americana lançou panfletos onde se questionava: “Ainda tens esperança numa vitória final? Estás disposto a sacrificar a tua vida por uma causa sem esperança?”).
Luís Dantas traça um quadro deste momento da História, entrecruzando, as diferentes dimensões – o contexto internacional, a realidade portuguesa (que à época implica o espaço colonial) e o pulsar da guerra vivida pelos combatentes, particularmente os limianos. Como notou Marc Ferro, “a guerra vivida pelos combatentes tem a sua história que não é a grande História”. Luís Dantas consegue dar nota dessa “pequena história”, marcada pela esperança de um regresso breve, pelo quotidiano dramático nas trincheiras e a crescente consciência solidária entre combatentes. De igual modo, retrata o soldado comum. Não se limita a evidenciar o papel
das chefias ou dos heróis de guerra. Tanto fala de Norton de Matos e da sua acção na preparação das tropas do CEP, como dos soldados (até hoje) anónimos. Os postais que publica são paradigmáticos: as dificuldades de escrita de Gaspar António de Lima (pág. 136) denunciam um país dominado por baixos índices de alfabetização. Abro parêntesis, para notar que alguns se deixam retratar junto de cenários que poderiam servir para o dia de comunhão ou para os noivos; fecho. Luis Dantas não redige uma mera apologia, mas não deixa de vincar o heroísmo destes homens. É nomeando e retratando os soldados limianos que os (re)coloca na memória colectiva. A partir deste trabalho, deixa de haver “antigos combatentes limianos”, colectivo anónimo puramente comemorativo.Ao ler as páginas de Os Limianos na Grande Guerra, perpassa a imagem de um país imerso em grandes dificuldades. Norton de Matos teve-as na preparação das tropas e na obtenção de armamento; os soldados na frente de batalha sentiam a falta de reservas e a inadaptação a um novo estilo de guerra (veja-se a reacção à comida inglesa, ao corned beef e à marmelada de casca de laranja azeda); a fome alastra no país. A República treme. O “Milagre de Tancos” deu lugar ao “Fado do Cavanço” e este culminou com uma Europa exaurida e com a insubordinação das tropas na linha da frente. A Batalha de La Lys representou o fim da guerra para os Portugueses.
A narrativa de Luís Dantas segue uma linha cronológica clássica, remetendo, ainda que implicitamente, para a teoria historiográfica tradicional que justifica a nossa intervenção na Primeira Guerra Mundial pela necessidade de proteger o espaço colonial. Num segundo momento, dá nota das dificuldades da Primeira República e, dessa forma, aproxima-se da linha de investigação que vê na legitimação do poder republicano a razão para entrar na guerra. Sem preocupações de exaustividade, lavra um texto de leitura agradável. Também aqui parece cumprir as palavras do historiador francês, na entrevista supracitada: “o historiador sempre escreveu por prazer e para dar prazer aos outros”. Sem cair no narrativismo, nem numa história recitativa, Luís Dantas, quer neste livro quer na sua restante e extensa produção, suscita-nos a reflexão (eternamente emergente e não resolvida) sobre a escrita histórica e a escrita literária. Paul Ricouer admite que não existe ficção pura, nem História tão rigorosa que se abstenha de todo o procedimento romanesco. Talvez Luís Dantas seja a prova disso.
Como historiador, Luís Dantas cumpre o aparato necessário à crítica e validação do conhecimento. Há referência em nota à bibliografia, menciona os arquivos consultados, refere todos aqueles que contribuíram para o resultado final. O livro destaca-se ainda por coligir um conjunto de imagens relevantes. Algumas, verdadeiros ícones (como as de Joshua Benoliel e Arnaldo Garcez), merecem do autor uma análise aguda (veja-se a leitura feita à fotografia de Garcez, na pág. 18 e 19), revelando a potencialidade da iconografia como documento histórico (algumas fotografias mereciam um tamanho maior!). O leitor percebe que o material reunido foi criticamente analisado e que houve uma utilização cuidada das fontes literárias (a tentação habitual é cair no impressionismo).
Cabe a Luis Dantas o mérito de abrir uma porta; outros investigadores colocarão sobre o mesmo objecto outras questões, “na plena consciência de que jamais chegaremos a uma verdade objectiva” (Georges Duby).
segunda-feira, setembro 08, 2008
segunda-feira, setembro 01, 2008
segunda-feira, agosto 25, 2008
sábado, agosto 02, 2008
O domingo passado foi dia cheio, para as festas e arraiaes campestres. Festejou-se a Senhora da Boa-Morte, na freguezia de Correlhã, o Senhor da Cana Verde em Moreira, e houve a festa do Senhor, na de Sta. Comba. A concorrencia dos romeiros foi diminuta em todas ellas, attendendo ao calor do dia, e a não poderem estar em todas ao mesmo tempo. No domingo proximo festeja-se o Senhor da Saude, na freguezia de Sá, havendo na vespera, illuminação, muzica e fogo de artificio. É de presumir que a concorrencia seja maior, pela devoção que todos teem com imagem tão milagrosa. [O Lethes, 1865]
Por estes dias, entramos em contacto com a equipa responsável pelo jardim "Le Feu et 300 Arbres" (O Fogo e 300 Árvores), concebido por Sylvian Morin e Aurélien Zoia, arquitectos paisagistas, para o 4º Festival Internacional de Jardins. Fazer do fogo o tema central de um jardim tinha-nos suscitado alguma perplexidade.
Sylvian Morin justificou a escolha: uma viagem a Portugal deixou uma imagem indelével - a de florestas a arder, fumo nas montanhas e o característico odor a madeira queimada.
Para os dois membros do Atelier ALTERN, trata-se de integrar um pedaço de paisagem característica no interior do jardim. De uma paisagem que renasce. Se o jardim revela a fragilidade da floresta, mostra, igualmente, a capacidade regeneradora das árvores. Como afirma Sylvian Morin, as árvores queimadas guardam a memória do fogo no seu tronco. sábado, julho 26, 2008
Horseball em Ponte de Lima
A partir de amanhã, Ponte de Lima recebe um conjunto de competições internacionais de Horseball. Para os interessados deixamos o calendário de jogos e uma página nacional e outra internacional, onde pode encontrar, entre outra informação, a história (recente) deste jogo.
domingo, julho 20, 2008
segunda-feira, julho 14, 2008
segunda-feira, junho 30, 2008
Ponte de Lima na Tree Parade 2008
sexta-feira, junho 27, 2008
segunda-feira, junho 16, 2008
Rua General Norton de Matos, Arcos de Valdevez
Em Setembro de 1919, na véspera de uma visita do General Norton de Matos à vila dos Arcos de Valdevez, a Câmara, sob proposta do seu Presidente, José Manuel Pereira, decidiu atribuir a uma das ruas do centro o nome do ilustre militar nascido em Ponte de Lima. Para o proponente, o "acendrado patriotismo" de Norton de Matos justificavam aquela decisão, aceite unanimemente. segunda-feira, junho 09, 2008
Notas sobre a verdade em História (IV)
A verdade em história é parcial. Não há absoluto. Nunca poderemos saber tudo. Essa era, em boa medida, a ilusão positivista – acreditar que a história era o somatório dos factos verificados e que estes eram a verdade. A história é interrogação. O presente interpela o passado; o passado permite-me conhecer o presente. Mais do que conhecer factos interessa compreendê-los. A história é compreensão, interpretação, logo não há lugar para o panegírico e para o panfleto.domingo, junho 01, 2008
Notas sobre a verdade em História (III)
A verdade em História não está incrustada em qualquer rocha, aguardando que alguém se decida a lascar o bloco. O trabalho do historiador é semelhante ao de um artífice: embora trabalhando com os mesmos instrumentos e materiais (com os mesmos documentos e factos, no caso dos historiadores) dois artífices produzem objectos diferentes (um conhecimento histórico distinto). Como notou Marrou a verdade em história é dupla, “feita, por sua vez, de verdade sobre o passado e de testemunho sobre o historiador”. Usando ainda as palavras de H.-I. Marrou: “A história, conhecimento do homem pelo homem, é uma apreensão do passado por e num pensamento humano, vivo, comprometido: é um complexo, um misto indissolúvel de sujeito e objecto”.[continua]
terça-feira, maio 27, 2008
Notas sobre a verdade em História (II)

segunda-feira, maio 26, 2008
Notas sobre a verdade em História (I)

domingo, maio 18, 2008
Arquitectura em Ponte de Lima (XI)
Destacamos a última edição da revista Arquitectura Ibérica que, para além do novo grafismo, do novo logótipo e da alteração de formato, é dedicada a João Álvaro Rocha, arquitecto responsável pelo projecto da Casa do Turismo. Alguns esboços, fotografias interessantes e a reprodução de parte da memória descritiva daquele projecto compõem as páginas reservadas à Casa do Turismo. A compreensão de qualquer projecto implica sempre ouvir o seu autor. João Álvaro Rocha fala de um corpo (o corpo superior) que mais não é que "uma simples janela sobre a vila e sobre o rio" (pág. 110). Uma abertura para o rio, diriamos nós, mais não é do que o cumprimento de um desígnio histórico da vila - a manutenção de uma relação estreita com o curso de água que lhe dá nome. sábado, maio 10, 2008
Vaca das Cordas
quinta-feira, maio 01, 2008
Cardeal Saraiva no primeiro Serão de História Local
quinta-feira, abril 24, 2008
Esta é a madrugada que eu esperava
quarta-feira, abril 23, 2008
Palavra de Cícero
domingo, abril 13, 2008
sei ler as pedras
o alfabeto que nelas esculpiu o vento
no vagar propício do tempo
as rugas sobrepostas da memória
sob o musgo
sei das pedras o nome e a grafia
lenta e quente
a sede que tiveram
antes que os rios
as beijassem
Cláudio Lima, Itinerarium II
[fotomontagem: jcml, a partir de imagem das pedras da ponte medieval]























