
O jornal Rio Lima, semanário fundado na década de vinte, sendo seu proprietário e director Eduardo de Castro e Sousa, publicava, à semelhança do jornal Cardeal Saraiva, em Janeiro de 1923, a notícia da reabertura, naquele mês, do "animatografo no Teatro Diogo Bernardes". O que, como vimos em post anterior, não se concretizará. Por sua vez, a edição de 28 de Janeiro, e no âmbito da produção literária local, anunciava que se encontrava à venda a edição póstuma de Sol d'Inverno, de António Feijó. Aproximadamente quatro meses depois, regista nas suas páginas uma breve nota sobre a representação, no Teatro da vila, das peças “A Migalha” e “A Morgadinha de Val Flor”. A primeira realizou-se no âmbito da tournée de Luz Veloso e Rafael Gomes. No que se refere à segunda peça, da autoria de Manuel Joaquim Pinheiro Chagas (1842-1895), retratado na imagem ao lado, notemos a sua popularidade. Escrita em 1869, permanecerá em cartaz por vários anos, satisfazendo o gosto do público, “combinando sentimentalismo ultra-romântico, umas tintas de pretenso ambiente do século XVIII e a exaltação, à Júlio Dinis, dos valores da burguesia rural”, no dizer de António José Saraiva e Óscar Lopes. Em 1923 surgirá o filme com o mesmo nome, de Ernesto de Albuquerque

[Fontes: jornal Rio Lima, edições referenciadas no corpo do texto; António José SARAIVA e Óscar LOPES - História da Literatura Portuguesa. Porto: Porto Editora, 1987, 1010]
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