quinta-feira, dezembro 24, 2009

Caderno de apontamentos (I)

Com a transição de ano organizamos as agendas e fazemos, por tradição, uma limpeza nos nossos cadernos de apontamentos. Nessas páginas encontraram espaço registos que (ainda) merecem ser partilhados.

[Desenho de Sebastião Sanhudo]
1. A Biblioteca Pública Municipal do Porto manteve, entre 19 de Novembro e 18 de Dezembro de 2009, uma exposição bibliográfica e documental sobre Joaquim de Vasconcelos (1849-1936). Esta exposição integrou-se no ciclo Carolina Michaelis e Joaquim de Vasconcelos: Um Encontro de Culturas e de Saberes, promovido pela Câmara Municipal do Porto, Faculdade de Letras do Porto e Faculdade de Letras de Coimbra, contando com a colaboração do Museu Soares dos Reis. Entre as publicações expostas, ilustrando a vida oitocentista, encontrava-se O Sorvete e os desenhos de Sebastião Sanhudo.
2. A Câmara Municipal de Ponte de Lima actualizou o seu lugar na web, dando-lhe uma nova imagem e introduzindo novas funcionalidades. Entre as novidades, destacamos a "galeria" de Presidentes da Câmara Municipal desde 1850 e a presença da biografia de uma figura limiana.
3. Algumas (sem procurar a exaustividade ou seguir um critério de qualidade) ligações para conhecer a arquitectura contemporânea em Ponte de Lima: Traçosd'Arq; Portefólio de Tiago do Vale; António Ildefonso e André Rocha [ver também o blogue de André Rocha; Topos Atelier de Arquitectura [em world-architects.com] ou no seu sítio.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Natal

Uma pequenina luz

Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que não a vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.

Jorge de Sena

domingo, dezembro 06, 2009

Folhas caídas na Avenida, escutando a poesia de Yeats

Embora muitas sejam as folhas, a raiz é só uma;
Ao longo dos enganadores dias da mocidade,
Oscilaram ao sol minhas folhas, minhas flores;
Agora posso murchar no coração da verdade.
(poema "Com o Tempo a Sabedoria")

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