terça-feira, maio 26, 2009

Para que serve um areal?

A recente intervenção no areal suscitou alguma perplexidade. Perdidos os usos forjados por séculos de história, à excepção da feira, parecem ter sumido as razões para manter aquele espaço como um simples areal. Este não é o meu ponto de vista. O areal é um objecto de natureza, formado por processos de sedimentação hidráulica. Desde logo, o areal conta-nos uma história natural, a da evolução dos elementos físicos, do devir da Natureza. Ponte de Lima merece muito do seu encanto à capacidade que os homens foram demonstrando, ao longo de séculos, de ligar a construção humana à forma primeva. Por outro lado, a sua configuração enquanto espaço urbano resultou de uma relação estreita com o rio, adaptando-se às mudanças impostas pela correnteza das águas e pelas areias (veja-se, por exemplo, a implantação das pontes romana e medieval). O areal sendo elemento natural é, também, coisa construída, testemunho de permanências e memórias. Não consideramos que salvaguardar a memória implique sempre acentuar as permanências. Contudo, não podemos deixar de notar que, perdidas muitas das funções tradicionais do areal (espaço de brincadeira, lugar de corar e estender roupa…) e sendo manifesta a inapropriada colonização pelos automóveis, resta a presença de uma forma. O areal tem, actualmente e do meu ponto de vista, na forma geral da vila uma função essencial: permitir a entrada de ar e de luz, permitir a respiração, e, dessa forma, suscitar a compreensão de um certo telurismo que justifica muitas das características de Ponte de Lima. Nessa medida, o areal deve ser sempre simples areal, um espaço público que nos permita fruir os elementos naturais, o casario, a ponte, o horizonte, as montanhas e o céu, sem intrusões visuais significativas ou intervenções que nos façam esquecer todo o espaço envolvente. Um areal, assim entendido, valoriza o edificado, dando-lhe monumentalidade. Um areal, assim sem outra função, reconduz Ponte de Lima às suas origens.

segunda-feira, maio 25, 2009

sexta-feira, maio 22, 2009

Conheça o programa da Feira Medieval.

terça-feira, maio 19, 2009

Museu dos Terceiros na web

Recomenda-se a visita ao sítio virtual do Museu dos Terceiros. Para além das informações gerais (horários, descrição das exposições temporárias e permanente...) e dos regulamentos (de visita e acesso a serviços), o visitante encontra o inventário, com um sistema de pesquisa simples, permitindo uma recuperação da informação ágil. Iniciativa louvável!

segunda-feira, maio 11, 2009

Pensando o aformoseamento da Montanha de Santa Maria Madalena

Como as estradas e os caminhos têm estórias e histórias (que, notemos, seria interessante recolher e estudar), aqui deixamos a notícia do estudo de abertura daquela que liga a vila ao Monte de Santa Maria Madalena. Sobre esta montanha e seu arranjo é obrigatória a leitura dos textos escritos pelo Padre Manuel Dias. Quanto à notícia, faz esta semana oitenta e seis anos que foi publicada. Com efeito, em Maio de 1923, a imprensa local noticiava o início dos trabalhos da "Comissão promotora do aformoseamento da montanha de Santa Maria Madalena", tendo realizado a "medição e estudo dos terrenos para a abertura do ramal de estrada para o alto da mesma". Escrevia o jornal Rio Lima (na edição de 13 de Maio) que "os srs. João Rodrigues de Morais e José Francisco de Amorim, aderam gratuitamente as suas propriedades, ali existentes, o terreno necessario para o córte da estrada, sendo de esperar que os demais proprietários lhe sigam o exemplo que é digno dos nossos melhores encomios". A referida notícia registava, ainda, que António Silva Barros se prontificara a fazer o estudo e traçado da estrada gratuitamente.

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