[no topo da imagem à esquerda: muro entre a fronteira do Estados Unidos da América e o México; no topo à direita, muro na Palestina; na parte inferior da imagem, à esquerda, muro construído numa cidade brasileira para separar as favelas da restante cidade; no fundo, à direita, muro construídos por Israel]
[...] Dizem que esta cidade tem dez milhões de almas/Umas vivem em palácios, outras em mansardas/contudo não há lugar para nós, minha querida, não há lugar para nós. (W. Auden, Canção)
[...] E desça novo esforço ao fraco esp'rito./Vença a razão à tão cega vontade,/Levante um alto muro de paciência,/Deixe já as sombras vãs pela verdade. (António Ferreira)
2 comentários:
Oportuna analise. Infelizmente , o homem nunca deixou de construir muros contra o próprio homem .Haja esperança que eles -muros - , um dia , acabem por desaparecer e para sempre!
Luis Pereira Quintela
Os muros de betão ainda são relativamente fáceis de derrubar apesar da sua imponência e de geralmente se encontrarem bem guardados, como se pode comprovar com o derrube do muro de Berlim... o mais difícil é derrubar os muros que os homens constróem dentro de si e que os separam dos outros, erguidos de preconceitos e fanatismos, de ambições desumanas e falta de respeito pela diversidade, pela identidade dos povos e a sua liberdade. São, aliás, essas barreiras que constituem os alicerces dos muros de betão que os homens erguem com frequência para separar nações ou sociedades de diferentes modelos e modos de viver ou ainda para separar a miséria da abundância ou para preservar a segurança de uns face à insegurança de uma sociedade que é construída com base na injustiça. São, não apenas os muros que aqui se referem como ainda, cada vez mais, aqueles que cercam os "condomínios privados" para preservar alguns mais protegidos da selva urbana que eles próprios construíram para os outros...
Carlos Gomes
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