Contemplemos o tronco envelhecido. A custo
Nasce aquele renovo, e a todos os momentos
Alimenta-se e cresce e chega a ser arbusto,
Com os ramos cobrindo os galhos corpulentos
Do carcomido tronco...
A senectude austera,
Com grinaldas de musgo e com abraços de hera,
Trabalha e sofre e luta arrebatando a seiva,
Com a raiz cravada à produtiva leiva,
Para dar vida à infância!
Olhando o grupo eu cuido
Que prende a Natureza o mesmo estranho fluido;
Que no tronco e no arbusto e no reptil e na ave
Existe alguma coisa humamente suave,
Como no homem existe um pouco desse instinto
Da pantera ferida e do leão faminto...
António Feijó
Sem comentários:
Enviar um comentário