domingo, dezembro 28, 2008

... assim atamos e desatamos os dias

A folha estremece (uma vida inteira)
assim atamos e desatamos os dias.
[Amândio Sousa Dantas, excerto do poema "Fragmentos", do seu livro "No ombro o orvalho", Lisboa: Edições Ceres, 2006, p. 23; fotografia: jcml]

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Natal

[...]
O Cristo é sempre novo, e na fraqueza deste menino
há um silencioso motor, uma confidência e um sino.

Nasce a cada Dezembro e nasce de mil jeitos.
Temos de pesquisá-lo até na gruta de nossos defeitos.
[...]

Excerto do poema "Vi nascer um Deus" de Carlos Drummond de Andrade .

terça-feira, dezembro 23, 2008

Natal

[...]
descobriram subitamente
Jesus.
[...]
... na manjedoura?
no presépio?
no chão, diante do pórtico arruinado, como em Siena o pintou Francesco Giorgio.

[excerto do poema "Vi nascer um Deus" de Carlos Drummond de Andrade][na imagem: Natividade de Francesco di Giorgio Martini]

terça-feira, dezembro 16, 2008

Ponte de Lima na History of the Peninsular War, de Robert Southey

Mais um contributo para os interessados em aprofundar o tema que temos vindo a tratar nos últimos dias: trata-se de mais uma publicação onde se refere Ponte de Lima a propósito da resistência à presença do exército sob comando francês, desta feita do poeta britânico Robert Southey (1774-1843). Deixamos a ligação ao texto integral e reproduzimos a página com a menção à vila de Ponte de Lima.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Ponte de Lima na History of the War in the Peninsula and in the South of France, de William Francis Patrick Napier

Na sequência do post anterior, hoje deixamos a ligação para a versão disponível no Google Books do livro de William Francis Napier (1785-1860), que relata os acontecimentos militares da Guerra Peninsular. William Napier, general britânico, serviu na referida Guerra e a sua História da Guerra na Península e no Sul da França, obra composta por seis volumes, publicados entre 1828 e 1840, continua a ser uma importante fonte de informação para o conhecimento do conflito. No excerto, que sublinhamos, é possível ler, numa tradução livre, que as tropas marcharam em direcção a Ponte de Lima, tendo os Portugueses resistido vigorosamente à sua passagem.

[Na imagem: Busto de Sir William Francis Patrick Napier, por George Gammon Adams (1821-1898), 1855.]
Após a leitura da mensagem "A pensar em 2009", Carlos Gomes alertou-nos para uma outra efeméride que terá lugar no próximo ano: "passam precisamente 150 anos sobre a data de nascimento do poeta António Feijó", diz na sua mensagem. É justa a recordação desta figura da literatura e da diplomacia portuguesa, nascida em Ponte de Lima em 1859. Mais uma vez, interessa a comemoração como forma de tornar presente a acção, o pensamento e a escrita de António Feijó. Deixem que acentue o poeta: realize-se uma jornada de leitura de poesias, ditas por declamadores profissionais e anónimos, por crianças e jovens, com a presença de literatos e amantes da poesia. Não são necessários muitos recursos, basta encontrar os espaços apropriados e juntar as pessoas que nutrem prazer na leitura de poesia.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

A pensar em 2009

A sugestão vem inscrita num artigo, publicado na edição do presente ano da revista “O Anunciador das Feiras Novas”, da autoria de Porfírio Pereira da Silva (edição nº 25, 2ª série, pág. 65 a 67): recordar a resistência de Ponte de Lima, no contexto da Guerra Peninsular. Tratar-se-ia de lembrar a forte resistência das populações do Minho e Trás-os-Montes, e particularmente de Ponte de Lima, durante a tentativa de subjugação encetada pelos generais franceses sob comando de Soult. António Pedro Vicente, numa publicação recente, escreve que “tornou-se notável a [resistência] que teve lugar na vila de Ponte de Lima” (Guerra Peninsular, 1801-1814. Matosinhos: Quidnovi, 2007, pág. 67).
Perfilhamos que o segundo centenário da defesa de Ponte de Lima, que ocorrerá no ano que se avizinha, deva ser objecto de uma acção comemorativa. O acto comemorativo pode ter os mais diversos objectivos, configurações e concretizações. O autor citado alvitra levantar um padrão ou colocar uma lápide. Sendo uma proposta válida, prefiro pensar noutras formas de comemorar. Por exemplo, envolver, num conjunto de eventos formativos e culturais, as crianças e jovens de Ponte de Lima, estimulando o gosto pela história local, a reflexão sobre a Humanidade, a Guerra e as relações culturais (temas de extrema actualidade). Não se pretendendo apenas o culto dos heróis ou uma “festa à resistência”, mas uma reflexão sobre o mundo actual partindo da experiência passada. Sem maniqueísmos, mas procurando compreender as diferentes faces deste facto no contexto da realidade política, cultural e militar da época. Outra hipótese, que não anula a anterior: reunir, numa jornada, alguns estudiosos que se têm debruçado sobre as Invasões Francesas e promover a divulgação do conhecimento histórico produzido sobre este período. Outra ainda: recriar a resistência, aproveitando para, através do evento, recuperar a “memória histórica” e reescreve-la na “memória colectiva”.
Aqui ficam algumas sugestões que à semelhança do autor que nos inspirou, e fazendo uso da sua expressão, “vendemos ao desbarato”. Para terminar, um documento:

faces da revista