
quinta-feira, dezembro 24, 2009
Caderno de apontamentos (I)

quarta-feira, dezembro 23, 2009
Natal
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que não a vêem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha.
Jorge de Sena
domingo, dezembro 06, 2009
Folhas caídas na Avenida, escutando a poesia de Yeats
quarta-feira, novembro 04, 2009
20 anos depois da queda do Muro de Berlim...
[no topo da imagem à esquerda: muro entre a fronteira do Estados Unidos da América e o México; no topo à direita, muro na Palestina; na parte inferior da imagem, à esquerda, muro construído numa cidade brasileira para separar as favelas da restante cidade; no fundo, à direita, muro construídos por Israel]
[...] Dizem que esta cidade tem dez milhões de almas/Umas vivem em palácios, outras em mansardas/contudo não há lugar para nós, minha querida, não há lugar para nós. (W. Auden, Canção)
[...] E desça novo esforço ao fraco esp'rito./Vença a razão à tão cega vontade,/Levante um alto muro de paciência,/Deixe já as sombras vãs pela verdade. (António Ferreira)
quarta-feira, outubro 28, 2009
Festival de Jardins_projecto Natureza em Risco
[vale a pena espreitar a página, depois de uma visita ao local!]
terça-feira, outubro 06, 2009
Dos livros e do património local
quarta-feira, setembro 23, 2009
quarta-feira, setembro 16, 2009
Feiras Novas 2009
16 de Setembro Abertura da Iluminação 22:00 Encontro Concelhio de Concertinas (Praça de Camões) * 17 de Setembro 22:00 Grupo “Quatro Ventos” / Grupo Cantares de Outono (Praça de Camões) * 18 de Setembro - Noite da Música 19:00 Bandinha da Alegria (Animação de Rua) 20:30 Grupo Verdes Anos - Fados e Baladas de Coimbra (Jardim do Paço do Marquês)22:00 Orquestra Brass Band (Largo de S. João) 22:00 Canções de outrora, música de sempre com Inês Santos e Pedro Miguéis (Praça de Camões) 23:00 Actuação das Bandas de Moreira do Lima e de Rio Mau (Praça de Camões) 00:30 Fogo * 19 de Setembro - Noite das Rusgas 01:30 Tunas - Praça de Camões 08:30 Concurso Pecuário (Expolima) 08:30 Grupo de Música Popular da Feitosa (Expolima) 08:30 Zés Pereiras e Gaiteiros 09:00 Grupo de Cultura Musical de Ponte de Lima e Banda da Carregosa (Praça de Camões) 11:30 Desfile Pecuário 12:00 Concentração dos Zés Pereiras (Praça de Camões) 14:30 Inscrições para a Corrida de Passo Travado (Expolima) 15:00 Corrida de Garranos (Expolima) 16:00 Cortejo Etnográfico 22:30 Rusgas, Concertinas e Folclore 01:00 Fogo 01:30 Cantares Alentejanos * 20 de Setembro - Noite do Fogo 08:30 Zés Pereiras e Gaiteiros 09:00 Banda de Revelhe e Banda de Freamunde (Praça de Camões) 11:30 Grupo de Danças e Gaitas Queixumes dos Pinos, Banda de Gaitas de “Charamuscas”e a Banda de Rua NemFá NemFum 12:00 Concentração de Zés Pereiras (Praça de Camões) 16:00 Cortejo “Ponte de Lima, Terra da Natureza” 20:00 Fanfarra de Escuteiros de Vitorino de Piães Desfile do Folclore 21:00 Festival Folclore (2) (Arnado e Paço do Marquês)22:00 Bandinha do Castelo (Animação de Rua) 00:30 Espectacular Sessão de Fogo de Artificio * 21 de Setembro - Noite do Baile 09:00 Banda de S. Martinho da Gandra e Banda de Moreira do Lima (Praça de Camões) 10:30 Missa Solene (Igreja Matriz) 16:30 Imponente Procissão em Honra de Nª Sr.ª das Dores 20:30 Banda do Galo (Praça de Camões) 22:00 Grupo Musical Império Show (Praça de Camões).
sexta-feira, setembro 04, 2009

segunda-feira, agosto 31, 2009
Nova publicação de António Manuel Couto Viana

sábado, agosto 29, 2009
sexta-feira, agosto 14, 2009
Há vida no Arquivo!

domingo, agosto 09, 2009
segunda-feira, agosto 03, 2009
A propósito dos "80 anos de Zeca"

segunda-feira, julho 20, 2009
domingo, julho 19, 2009
Exposição sobre Aleixo de Queiroz Ribeiro

quinta-feira, julho 02, 2009
Festival de Ópera e Música Clássica de Ponte de Lima
quarta-feira, junho 17, 2009
terça-feira, junho 16, 2009
quinta-feira, junho 11, 2009
terça-feira, junho 09, 2009
segunda-feira, junho 01, 2009

A Cidade do Sonho
Se o teu ânimo sofre amarguras na vida,
Deves empreender essa jornada louca;
O Sonho é para nós a Terra Prometida:
Em beijos o maná chove na nossa boca...
[...]
António Feijó
Sol de Inverno (1915)
terça-feira, maio 26, 2009
Para que serve um areal?
segunda-feira, maio 25, 2009
sexta-feira, maio 22, 2009
terça-feira, maio 19, 2009
Museu dos Terceiros na web

segunda-feira, maio 11, 2009
Pensando o aformoseamento da Montanha de Santa Maria Madalena
quinta-feira, abril 23, 2009
A vila em dia de feira (1901)

sábado, abril 11, 2009
quinta-feira, abril 09, 2009
Afinidades Secretas de António Feijó

quarta-feira, abril 01, 2009
Parece-lhe familiar?...

segunda-feira, março 09, 2009
Sobre uma pedra tumular
Deixar-se assim epigrafar é uma forma de revelar a condição de migrante. Como dizia Miguel Torga o emigrante é um contrabandista da linha equatorial da vida. Balançando entre o torrão natal e o torrão adoptado, passa a ser um ser híbrido, recebendo da vida, no dizer do escritor, a marca indelével da permanente inquietação. Tenha ou não regressado à sua terra natal, aquele homem manifestou a divisão entre duas pátrias, dualidade que tanto é um imperativo moral como um estigma de condenação. Essa é a riqueza de uma obra como as Figuras Limianas: dar a conhecer experiências de vida, descobrir o Outro, ainda que no Passado. Nessa pesquisa há um encontro connosco, com a nossa identidade. É óbvio que naquelas páginas não está representado o turbilhão de experiências dos homens desta região. É certo que ao lado destes “factos históricos” é justo colocar, como diz José Mattoso, o “suspiro de amor” ou o “nascimento de uma criança”, desde que não se perca o sentido da globalidade. Mas também se justifica dizer que aquelas figuras não estão ali para serem julgadas – a História não serve para julgar os Homens, mas para enriquecer o nosso interior pela compreensão e conhecimento daquilo que fomos e somos. Devemos, pelo contrário, reconhecer-lhes os limites, as qualidades e os defeitos. Mesmo que nos soe a estranho devemos estar abertos ao que nos diz. Recebemos lições da história quando reconhecemos a alteridade. Isso não quer dizer que devemos ser complacentes com tudo. Não podemos é atribuir aos nossos valores uma objectividade que legitimaria colocarmo-nos num patamar de superioridade. A emissão de juízos morais sobre as figuras do Passado é uma fragilidade. Nem sempre na História encontramos o Humanidade com que sonhamos; nem sempre a nossa abertura ao Outro se revela uma “história de amor”.
Voltando à lápide. Muito mais agarrado ao tempo e ao espaço do que o homem da actualidade, aquele indivíduo procurar diluir as fronteiras numa inscrição. De alguma forma diz-nos que sendo pó naquela terra, há um outro lugar onde se gostaria de inscrever. O muito próximo não é sinónimo de muito importante. Na verdade, não sei se são mais importantes os arbustos humanos plantados no chão onde nasceram, voltando a usar as palavras de Torga, ou aqueles que vivem a experiência do estilhaço. Não sei qual das duas é mais reveladora de amor à mãe geográfica (outra vez, Torga); sei, pois assim me mostram os homens do passado e os do presente, que é uma situação dolorosa, a de viver dividido entre duas pátrias.
Há um limiano contemporâneo, que na sua escrita deixou transparecer bem a experiência destes homens que partem e regressam (sob as mais diversas formas), Amândio Sousa Dantas: no regresso não regressamos / mudou o tempo e nós mudamos / e não se volta ao que deixamos (…).
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
O Lima de Camilo Castelo Branco

sexta-feira, janeiro 30, 2009
Um catálogo para um espaço em MUT(E)ação
Um catálogo é, por definição, um rol ordenado de elementos classificados. No caso, é um registo do acervo do património das igrejas de Santo António dos Frades e Ordem Terceira, hoje designado por Museu de Arte Sacra dos Terceiros (MUTE), onde se inclui a estatuária, a azulejaria, a pintura, o mobiliário, os altares e retábulos, as alfaias litúrgicas e outros objectos.
O trabalho cumpre com qualidade a função descritiva dos objectos acrescentando, em diversas circunstâncias, uma preocupação em determinar o responsável pela encomenda, o contexto da sua decisão e uma explicação da simbologia. Utilizando uma linguagem ajustada à tipologia descrita, o autor do texto, José Velho Dantas, revela o cuidado de nos fornecer elementos interpretativos, alicerçando o seu discurso em fontes documentais e bibliográficas.

Um catálogo é um instrumento de acção. Cremos que, a partir dele, será necessário construir outros meios de divulgação, ajustados aos perfis dos visitantes. Quando visitamos o MUTE, ainda decorria a exposição temporária “Santeiros de Ponte de Lima”, percebemos que as bases para esse trabalho estão criadas (recordo uma simpática mascote). É preciso ensinar a ver (não só os públicos jovens!), criando guias que nos “obriguem” a explorar o MUTE para além de uma abordagem mais “panorâmica”.
[Catálogo do Museu dos Terceiros. Coordenação: Carlos Brochado de Almeida. Textos de José Velho Dantas. Fotografia de Amândio de Sousa Vieira. Edição: Município de Ponte de Lima, 2008.]
domingo, janeiro 25, 2009
Ponte de Lima nos "Oscares do Turismo português"


sexta-feira, janeiro 23, 2009
Alfredo Cândido, caricaturista das "verdes margens do Lima"
terça-feira, janeiro 13, 2009
Dario Niccodemi no Teatro Diogo Bernardes
