quinta-feira, junho 28, 2007

Ponte de Lima na Tree Parade 2007

Depois de ter sido exposta em Lisboa, a "árvore" da Escola EB 2,3/S de Arcozelo, representante de Ponte de Lima na Tree Parade 2007, pode ser apreciada no Porto, no Parque da Cidade, até ao próximo dia 30 de Junho. Sob o tema “A floresta e o problema dos incêndios florestais” reunem-se 70 "árvores" criadas por alunos de várias escolas do país, que responderam ao desafio lançado por um concurso nacional promovido pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais.
Aqui ficam imagens da "árvore", retiradas do sítio da DGRF (http://www.dgrf.min-agricultura.pt/v4/dgf/treeparade), na exposição inaugural (Lisboa).

segunda-feira, junho 25, 2007

sábado, junho 23, 2007

S. João

[Foto: jcml, Capela de S. João, Ponte de Lima, 23.06.2007]

quarta-feira, junho 20, 2007

Blogues e Ponte de Lima

Duas notas sobre Ponte de Lima e o mundo dos blogues. O blogue "Café Portugal" dedica a sua atenção aos blogues de Ponte de Lima (http://cafe-portugal.blogspot.com/). Os seus promotores preparam uma visita à vila. Ficamos à espera dos resultados desse encontro com as terras do Lima. O blogue "Nuno pereira e o mundo" (http://nunopereira.blogspot.com/; Nuno Pereira reside em Ponte de Lima) lança o desafio de um primeiro encontro de bloggers e leitores de blogues do Minho. Aqui fica o link para os interessados no projecto: http://blogminho.blogspot.com/.


quinta-feira, junho 14, 2007

Notas de outro quotidiano_Ponte de Lima, 1868

Dia 17 de Junho de 1868. Os sinos anunciavam as 16 horas. Saía "uma procissão da capella de N. S. da Lapa (...) para a egreja Matriz d'esta villa". A deslocação da imagem de Santa Maria Madalena foi "acompanhada pelas irmandades de Nossa Senhora das Dores, e N. S. da Lapa". Segundo o jornal que temos vindo a usar como fonte, o Estrella do Lima, de 21 de Junho de 1868, "concorreu a esta procissão muito povo; e tivera ella logar para o effeito de fazer-se preces, pedindo chuvas".

quarta-feira, junho 06, 2007

A Vaca das Cordas

Temos lido interessantes apontamentos históricos no blogue http://www.limianismo.blogspot.com/, sobre a Vaca das Cordas. O último, publicado hoje, reproduz um depoimento de Luis Dantas. Agradaram-me particularmente as palavras iniciais - "não há verdade absoluta quando se procura o tempo perdido na História". Em tempos que valorizam o imediato, a produção de "verdades" numa correnteza em catadupa, onde o silêncio deu lugar ao estribilho sibilar, onde as vozes se dizem respeitadoras do outro mas deles tomam apenas uma parte (a mais visível), onde deixou de haver espaço à compreensão, é bom ver quem anuncie trabalhos "inacabados", em contrução. Sem arvorarem a bandeira da palavra definitiva. Em História, na ciência de uma forma geral, não há verdade absoluta e nunca teremos a capacidade de reconstituir todo o passado (velha ilusão positivista). Como dizia H.-I. Marrou, "podes saber qualquer coisa do passado, não podes saber tudo". Não tenhamos, também, a ilusão de crer que para "saber tudo" basta somar mais documentos (sim, a história faz-se com documentos!). O trabalho de história é apenas portador de verdade parcial. Em boa medida, a dimensão da verdade do trabalho histórico é, corroborando o historiador citado, proporcional à riqueza humana do historiador. Luis Dantas fala de silêncios, de obra incompleta; isso confirma a qualidade do trabalho e do historiador. No processo de reflexão que abriu não deixarei de recordar que as gerações anteriores não nos deixaram tudo, elas foram selectivas (como hoje o somos), escolheram, consciente ou inconscientemente, aquilo que queriam transmitir ao presente. Assim, no caso da "Vaca das Cordas" para além da necessidade de apurar a origem do acontecimento, interessa perceber como é que cada geração o viveu e o que cada geração deixou transparecer. Para além da compreensão do ritual, sempre portadora da ideia de continuidade, de aparente imobilidade, seria interessante produzir uma história que atendesse às suas múltiplas vivências, dentro de uma mesma geração e em diferentes épocas.
Em 1908, um jornal local escrevia que "um pobre boi, cruelmente martyrisado pelo rapazio, percorreu algumas ruas da villa, no meio de grande algazarra da parte de todos os que procuravam attingilo com o afilado prego seguro na estremidade de uma vara". O texto, em tom de lamentação, dá-nos um modo de viver a "Vaca das Cordas". O modo de um letrado, de um espírito impregnado dos valores burgueses, que vêm nestes festejos sinais da barbárie popular, indignos de ocorrer no espaço urbano. Hoje poderia, grosso modo, ser escrito, com maior ou menor acutilância, por um ambientalista. Um ano depois, o mesmo jornal descreve o evento: "eram cinco horas da tarde, já todas as sacadas do Largo de Camões, ruas do Rosario, Visconde do Amoroso Lima, Boaventura Vieira, etc, se achavam apinhadas de senhoras que nesse dia antecipam ou transferem o seu jantar para não faltarem a dar motivo festivo a tam simpatico divertimento". Ao colocar a expressão simpático em itálico o autor do artigo coloca-se numa posição de espectador e denuncia o estrato social daqueles que vêm a "Vaca das Cordas" a partir das varandas. A "Vaca das Cordas" é um tempo dominado pelas camadas populares, que tomam as ruas, o espaço público. Deixemos as últimas linhas dessa descrição: "A vaca que, na forma dos mais anos, era um boi, começou a sua dolorosa peregrinação pelas ruas e largo da vila cerca das cinco e meia horas da tarde. No largo de Camões, onde o divertimento se torna mais selvagem, queremos dizer, mais engraçado, houve as costumadas esbarradelas do animalejo de encontro á coluna do candeeiro central, as gragalhadas argentinas (...) de gente da escada acima e a risota estridente do povo de rua ao largo". Sendo um fenómeno popular, chega-nos pelas mãos das elites intelectuais, pelos portadores de saber letrado, e estas apenas nos deixaram ver uma parte do puzzle. O silêncio das fontes é também ele uma forma de "falar". Apetece-nos voltar ao tema... estas linhas (também) estão inacabadas.

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